OS "CARAS PINTADAS" DE CARLÓPOLIS

28/05/2011 15:43

 Caros internautas, não foi apenas mérito dos jovens dos anos 90, terem as caras pintadas, em protesto contra a corrupção e os desmandos políticos do nosso país.  Pasmem vocês, no ano de 1960 aqui em Carlópolis, tivemos uma manifestação dos estudantes daquela época, jovens, porém, com ideais e vontades de melhorar o mundo.                                                                  Nessa época o diretor do Colégio, ou seja, o Grupo Escolar Fernão Dias (hoje Carolina Lupion) era o Sr. Pedro Gonçalves, mais conhecido por Pedrão, genro do Sr. Domingos de Oliveira (Domingão) que também foi prefeito de Carlópolis. O Sr. Pedro foi um diretor bem à frente do seu tempo, revolucionou o ensino em nossa cidade.

 Através do incentivo ao esporte, artes e outras modalidades culturais, ele conseguiu apoio de todos os estudantes, tudo corria bem até que a política interferiu no andamento natural das coisas, ou seja, o partido político da época era a U.D. N e, o Sr. Pedro não era simpatizante do mesmo partido.

Ele foi demitido do cargo pelo presidente do partido e, no seu lugar ficou com o cargo interinamente o Sr. Lauro Soares de Oliveira, então secretário da escola e logo após no cargo de Diretor, o Sr. Homero Ravedutti que, também foi interventor da nossa cidade.

Essa atitude gerou uma grande revolta nos alunos que entraram em greve por uma semana em apoio ao diretor demitido. Isso gerou um pandemônio em nossa cidade, muitos protestos e demonstrações de revolta contra esse ato arbitrário. Muitos pais ficaram com medo que seus filhos fossem presos, pois estávamos à beira de uma revolução.

Alguns alunos que estiveram nessa greve, hoje professores, caso do Sr. Sérgio Marques (Sergião) e Sr. Flávio R. de Camargo.

Conversando com o Profº Flávio, ele me disse que seu pai o aconselhou a não aderir a essa greve e,  até o obrigou a não sair de casa, mas ele não seguiu o conselho do pai, foi solidário à causa.

Meu irmão Fuad Luis, também esteve na greve e, segundo o Sr. Lauro foi um dos mais atuantes.

 A forma de protesto foi pacífica, mas fizeram muito barulho, usaram instrumentos da fanfarra, caricaturas dos envolvidos e até um corvo amarraram no poste.

Pois então, conhecemos mais um fato acontecido no passado de nossa cidade, o que nos dá muito orgulho dessa geração de jovens dos anos 60, revolucionários e cientes da sua responsabilidade para com a nossa nação.

Reivindicar seus direitos é dever de todos os cidadãos, parabéns a todos os jovens que estiveram nessa greve.